domingo, 2 de dezembro de 2012

Por que a Polícia Federal matou Adenilson Munduruku?

Com registros em vídeos, Mundukuru denunciam ataque da PF que resultou na morte de liderança
27/11/2012
Ruy Sposati
de Brasília (DF)
Adenilson Kirixi Munduruku, morto com três tiros. Foto: Arquivo pessoal
Viu as dragas e as balsas pegando fogo, enquanto sobrevoava o rio Teles Pires. Uma bomba passa ao lado do avião, à direita. No campo de visão de V. M., não havia indígenas.
O bimotor desce – a pista de pouso não fora destruída. Havia rastros de sangue no chão, marcas de bala nos telhados e nas paredes. Espalhados pelo caminho, restos de cartuchos, munições e carcaças de bombas. Todas as casas estavam com as portas arrombadas.
E então a comunidade começa a sair e ir ao encontro de V. Estavam todos escondidos nas casas, assustados com a chegada do avião. Reúnem-se no barracão e explicam à liderança Munduruku do que tinham medo.
V. ouve, então, os relatos de uma série de pessoas baleadas, machucadas, queimadas, ainda afetadas pelo spray de pimenta. Uma mãe chorava desesperadamente: sua filha de cinco anos estava desaparecida. Achava que poderia estar morta, pois havia se perdido dela na mata. Havia uma mulher com o rosto inchado por causa de um soco que o policial lhe deu. Os professores não-índios que trabalham na comunidade também foram agredidos. Todas as embarcações foram explodidas ou fuziladas e afundadas. Os barcos de pesca foram danificados ou destruídos. As armas de caça, quebradas ou levadas.
Dinheiro e ouro foram roubados. Computadores – entre eles, os da saúde e das escolas – foram inutilizados. A escola foi alvejada por tiros e bombas nas paredes e telhado. Celulares e câmeras foram tomados, esmigalhados, jogados no rio ou tiveram seus cartões de memória apreendidos. Os motores de popa da saúde foram lançados ao rio. Fiações do telefone comunitário foram cortadas e o rádio da aldeia confiscado, impedindo qualquer contato de indígenas com outras aldeias. O carro da aldeia foi carbonizado.
Neste mesmo dia, uma comissão especial do Poder Legislativo esteve no local para apurar as denúncias que haviam chegado à cidade. No relatório da visita, o presidente da Câmara Municipal de Jacareacanga, Elias Freire (PSDB), afirmou haver "indícios de vários crimes praticados pela força policial inclusive com exposição de vulneráveis, o que contraria disposições legais do Estatuto da Criança  e do Adolescente". O vereador Raimundo Santiago (PT), o Raimundinho do PT, mostrou-se "pasmo com a violência praticada contra os indígenas" e disse que "as imagens que viu comprovam sobejamente que ocorreu crime contra o povo da aldeia Teles Pires".
Minutos antes dos indígenas contarem a V. o que havia acontecido, um Munduruku havia sido encontrado boiando no rio Teles Pires. Era o corpo inchado de Adenilson Kirixi Munduruku. Ele havia sido assassinado no dia anterior, 7 de novembro, durante a ação policial.
7 de novembro
Na manhã daquele dia, 400 botas pularam de três helicópteros camuflados e de voadeiras alugadas de ribeirinhos, espalhando-se estrategicamente pelo território indígena, amassando as formigas da aldeia Teles Pires.
Era a Polícia Federal (PF) e a Força Nacional de Segurança, acompanhados da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), executando manobras da Operação Eldorado, uma mega ação de desmantelamento de esquemas de garimpagem ilegal nos estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia, Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Chegaram 244 anos depois do vigário José Monteiro de Noronha ter anotado pela primeira vez em seu caderninho, em 1768, a presença dos primeiros Munduruku – chamados por ele de de “Maturucu” – às margens do rio Maués, no hoje estado do Amazonas.
Os indígenas entregaram à comissão uma relação com os bens destruídos pelos policiais. Minutos antes dos indígenas contarem a V. o que havia acontecido, um munduruku havia sido encontrado boiando no rio Teles Pires, o corpo inchado de Adenilson Kirixi Munduruku. Ele havia sido assassinado no dia anterior, 7 de novembro, durante a ação policial. Na manhã daquele dia, 200 soldados desembarcaram de três helicópteros camuflados e de voadeiras alugadas de ribeirinhos, espalhando-se estrategicamente pelo território indígena.
Depois do pouso, E. M. e um grupo de lideranças saíram à procura de representantes da Funai e do chefe da operação para conversar. Só encontraram o delegado da Polícia Federal, Antônio Carlos Moriel Sanches, que, segundo as lideranças, foi responsável pela intervenção. “O delegado falou que não tinha conversa com autoridade, com indígena, tinha que fazer o que foram fazer”, conta E. M. “Uma liderança [indígena] telefonou para Brasília, e de lá falaram que era pra avisar o delegado que não fizesse nada até que alguém de Brasília chegasse lá”.
“Nessa hora, só estava a Polícia Federal. O pessoal da Funai e do Ibama estava junto com os policiais, sobrevoando em dois helicópteros e deixando os policiais em locais estratégicos para invadir a aldeia”, explica E. M.
Segundo os relatos, três tiros acertaram as pernas da vítima Adenilson Kirixi, que perdeu o equilíbrio e caiu na água, sem conseguir se levantar novamente. “Nessa hora, o delegado deu um tiro na cabeça do Adenilson, que caiu morto e afundou no rio”. Segundo os indígenas, o delegado foi resgatado pelos policiais e levado para cima da draga. “Aí os policiais jogaram uma bomba no Adenilson, quando o corpo já estava afundando no rio”.
Quando os indígenas tentaram resgatar o corpo do parente, foram alvejados pelos policiais que estavam em terra. “Eles diziam que não era para pegarmos o corpo. Do helicóptero, a polícia atirava e jogava bombas de efeito moral na aldeia, no meio de todo mundo, com as mulheres, as crianças”, relata.
Procurada, a Polícia Federal não quis se manifestar sobre as acusações. Segundo a assessoria de comunicação, talvez a PF e a Funai se manifestem conjuntamente sobre o caso nos próximos dias.
Meu irmão
G. K. era irmão de Adenilson. “Quando ouvi o tiroteio, fui correndo para a beira do rio. Estavam dizendo que meu tio tinha morrido. Eu queria saber se era verdade. Os policiais jogaram bomba e spray de pimenta. Meu olho ardeu e eu fiquei sem rumo”. O indígena relata que um terceiro helicóptero teria chegado nesse momento, com mais policiais. Foi quando ele saiu correndo e se escondeu na mata. Três horas depois, G. K. volta à aldeia e insiste em apurar informações sobre a morte do irmão.
“Os policiais me diziam que não tinha ninguém morto, que os feridos estavam no hospital. Meu irmão não estava lá”. O Munduruku encontrou, então, o servidor da Funai identificado como Paulão que acompanhava a Operação. Ele também lhe negara ter havido alguma morte.
Segundo todos os relatos, Paulão teria sido o servidor da Funai responsável pelo acompanhamento da Operação.
O laudo cadavérico realizado pela Polícia Civil do Mato Grosso confirmou que Adenilson Kirixi sofrera três tiros nas pernas e um tiro frontal na cabeça. Não há informação se houve apreensão e perícia na arma que efetuou – ou nas armas que efetuaram – os tiros.
Parte dos indígenas fugiram para a mata, parte para as residências, imaginando que ali estariam seguros. Durante a fuga, dois indígenas foram gravemente feridos pelos policiais. E. M. e O. K. estão hospitalizados em Cuiabá. Outros indígenas também foram levados para o hospital. O pelotão, então, invadiu a aldeia, arrombando portas e janelas, jogando bombas dentro dos domilícios “Levaram tudo o que tinha dentro das casas”, atesta
“Chutaram meu pai”
“Eu vi os tiros e saí correndo pra pedir socorro no rádio e na internet. Quem estava no rádio comigo ouvia os tiros”, conta I. W. “O meu pai chegou onde eu estava, ferido. Tinha levado um tiro de bala de borracha. A gente saiu e começou a gritar pra eles pararem de atirar, mas eles não pararam”, relata I. W. “Corriam atrás da gente e atiravam. Atiraram na mulher do meu irmão, que está grávida de 8 meses. Atiravam com bala de borracha e com bala de verdade também”.
“Então entramos de novo em casa, com mais umas dez pessoas. A polícia arrombou a porta e entrou jogando bombas de gás lacrimogêneo na gente. Tinha uma mulher com um bebê de dois meses lá dentro”. Segundo I.W., os policiais mandaram todos saírem da casa e colocarem as mãos na cabeça. “Chutaram o meu pai e agrediram todos os homens que estavam ali”.
Segundo I. W., aos homens – também idosos – foi ordenado que deitassem no chão com as mãos na cabeça, enquanto as mulheres e crianças foram mantidas como reféns, separadamente, no campo, com armas apontadas para elas. “As mulheres e crianças ficaram o dia inteiro debaixo do sol, com os policiais armados em volta. A gente pediu comida, mas não deram. Não deixavam a gente falar a nossa língua, só português”.
“Arrombaram o posto de saúde, jogaram uma bomba de gás e apontaram uma arma para a cabeça da técnica de enfermagem, L. R. Jogaram os remédios no chão e quebraram os medicamentos. Também atiraram na escola, jogaram bombas e quebraram as telhas”, relata. I. W. que chorou muito ao contar esta história.
Os feridos foram levados de helicóptero para atendimento no Hospital Regional de Alta Floresta, em estado grave. Segundo as lideranças indígenas, ainda estão internados. Os agentes da PF receberam atendimento no local.
E. M. relata as prisões posteriores ao ataque. “Eles levaram 17 pessoas para a fazenda Brascan, onde havia uma base da polícia”, conta. Eles foram enviados a Sinop, em Mato Grosso – a aldeia fica em Jacareacanga – e depuseram à polícia. Os depoimentos teriam sido acompanhados por um Procurador da Funai de Cuiabá cujo nome não souberam dizer. Posteriormente, foram levados de volta à aldeia pela polícia.
Foi no final da operação, ainda no dia 7, que as dragas e balsas foram destruídas. Segundo os indígenas, cada uma das onze embarcações destruídas no leito do rio tinham de 30 a 40 mil litros de combustível, além de baterias. Eles relatam que os peixes estão morrendo e que não podem usar o rio, agora contaminado pelos fluídos.
Segundo os indígenas, a polícia permaneceu nas proximidades por mais três dias.
Os professores e profissionais de saúde não-índios não querem voltar para a aldeia. Os alunos não querem ir às aulas. A comunidade possui cerca de 500 pessoas, contando com mais duas aglomerações, a dos Kayabi e a dos Apiaká, que também dependem da estrutura de Teles Pires.
Blitzkrieg bop
No dia 6, W. U. conta que indígenas Kayabi compartilharam pelo rádio a informação de que helicópteros estavam sobrevoando suas terras. “Achávamos que eles estavam vindo pra se reunir com a gente”, relata. Contudo, segundo W. U., o que estava acontecendo ali era a construção das bases da Operação Eldorado. A primeira fora construída na Fazenda Brascan, localizada no Vale Ximari, em Apiacás (MT), a dez quilômetros da comunidade Kayabi.
A segunda base da Operação foi montada a um quilômetro da aldeia, no igarapé Buretama. Foi neste local, “onde há apenas um morador”, que um grupo de guerreiros Munduruku foi ter com os policiais para entender o que estava acontecendo.
Quando os indígenas encontraram os policiais, eles estavam evacuando uma das balsas que seria destruída. “Perguntamos o que eles iriam fazer. Eles disseram que não queriam conversa, que vieram fechar o garimpo e explodir as dragas, que tinham uma ordem judicial pra isso”.
Os indígenas pediram para ver o mandado que autorizava a Operação, e insistiram sobre a necessidade de uma reunião entre a polícia e as lideranças. “Explicamos que o garimpo era o nosso sustento, que não poderiam fechar assim. Trouxemos o documento do acordo com a Funai sobre o garimpo”, explica. “Aí começou o desentendimento. Um policial quebrou uma flecha e deu um empurrão num cacique de uma aldeia próxima. Eles falaram pra gente tirar o que a gente quisesse da draga, porque a draga ia ser explodida, e assim foi feito”.
Segundo W. U., os indígenas retornaram à aldeia para contar ao cacique e outras lideranças que a polícia estava na área e havia destruído uma das embarcações. Os policiais suspenderiam a destruição e só voltariam no dia seguinte.
W. U. foi atingido por bombas e está com marcas de queimadura no corpo.
Segundo todos os relatos, a Força Nacional de Segurança não se envolveu nos momentos de violência da Operação. A Polícia Federal em Mato Grosso decidiu suspender temporariamente a Operação. O MPF do Mato Grosso e do Pará abriram investigação sobre o caso.
Rastros de sangue
E a vida corria bem seu curso para os Munduruku, desde quando Karosakaybu (1) os criara, na aldeia Wakopadi, nas cabeceiras do rio Krepori. E então os pariwat (2) chegaram; para nós, era o século XVIII, com nossas frentes colonizadoras. As coisas nunca são as mesmas, e ali, definitivamente, nunca mais foram as mesmas para os Munduruku.
Os Munduruku, hoje, totalizam pouco mais de 11 mil pessoas, espalhadas em áreas indígenas reivindicadas, demarcadas ou homologadas. A difícil localização e situação de quase isolamento das comunidades – num cenário de pressão das espoliações para a exploração exógena de suas terras e riquezas – os colocaram, ao longo da história, em contextos complexos de conflito com a sociedade envolvente.
Um exemplo disso foi o episódio ocorrido em julho deste ano. Um Munduruku foi barbaramente assasinado com 21 facadas e pauladas que destruíram seu rosto. O corpo da vítima foi encontrado por um morador jogado em um terreno baldio, próximo à residência do pai.  À época, dois dos quatro suspeitos de serem autores do crime foram deixados em liberdade pela polícia civil. A falta de investigação e providências das autoridades foi o estopim para que, enfurecidos, os indígenas cercassem a delegacia da Polícia Civil de Jacareacanga exigindo que a polícia permitisse que eles fizessem justiça com as próprias mãos. A delegacia foi depedrada e incendiada pelos Munduruku – a cidade, sitiada.
Em 2002, a situação do garimpo nas terras indígenas estava calamitosa. Centenas de garimpeiros trabalhavam clandestinamente, viviam dentro das terras indígenas e traziam consigo toda uma cadeia extremamente perversa que orbitava a atividade. Exploração de mão de obra, dominação, drogas e prostituição eram algumas delas. Foi então que os Munduruku também tiveram de começar a resolver as coisas com as próprias mãos, e retiveram os garimpeiros e funcionários da Funai para pressionar o órgão a realizar um acordo que desaguasse numa operação de retirada dos mineradores da área.
"Sabemos perfeitamente que o garimpo, além de ilegal, é ruim para o nosso rio e para a nossa gente", explica V.. "Acontece que essa foi a única forma que encontramos para sobreviver nos últimos tempos", expõe. "Mas nós sempre quisemos acabar com os garimpos".
E então V. apresenta um documento ao qual ainda não foi dada nenhuma publicidade por parte do governo, e que confirma a vontade dos indígenas em terminar com os garimpos. Um ofício registrou uma reunião que ocorrera entre indígenas Munduruku, Kayabi e Apiaká e diversas coordenações da Funai regional e nacional, junto ao MPF-PA, em setembro de 2005, onde os indígenas apresentaram propostas para a substituição do garimpo por um projeto de desenvolvimento e geração de renda para a comunidade.  Como alternativa à extração do ouro, os indígenas exigiam suporte para implantar e consolidar projetos de "produção de artesanato, produção de mel de abelhas, piscicultura, avicultura, implatação de casa de farinha e agricultura (consórcio de culturas). Dentre essas propostas, a mais discutida e que os índios priorizaram foi a de produção de artesanato (…). Quando o índio vai caçar, pega sementes, cipó e vigia a área", relatava o ofício, protocolado nas quatro instituições.
"Façamos"
"Com esses projetos, gradativamente iríamos acabar com o garimpo. Só que esse eles nunca saíram do papel", expõe V.. Então, as comunidades começaram a interferir diretamente na extração ilegal, no sentido de reduzir os impactos causados pela atividade. "Morria muito branco, índio, tinha tráfico de drogas e a Funai não tomava nenhuma providência. E a gente continuava escravo do garimpo. Então nós mesmos tomamos providências". V. relata, então, que os próprios indígenas estabeleceram com os garimpeiros novas regras sobre como se daria o trabalho na área. Proibiram os garimpeiros de portarem armas, levarem bebidas e comercializarem drogas, entre outras coisas. Colocaram placas pela comunidade, para que todos que entrassem informassem o que iriam fazer ali. Em 2010, sob o conhecimento da Funai e do Ibama – e portanto dos ministérios da Justiça e Meio Ambiente – estas regras tornariam-se um "Acordo de parceria para atividade de mineração" entre indígenas Kayabi e os proprietários das balsas.
Com o dinheiro do garimpo, os Munduruku mantinham uma casa de apoio em Jacareacanga. Garantiam a geração de energia para a aldeia. "Os alunos que estudam fora eram mantidos com o dinheiro da mensalidade do garimpo, e tudo o que era comprado [com esse dinheiro] é de toda a comunidade. A manutenção de equipamentos das aldeias vem daí. Quem trabalha dentro da aldeia também recebia daí".
Além das comunidades receberem um pagamento mensal dos proprietários das balsas pela exploração do rio, alguns indígenas trabalham diretamente na mineração. Outros vendem produtos como farinha de puba, polvilho, tapioca, futas, pecados e artesanatos. "Hoje, depois do que aconteceu, nós simplesmente não temos condições de nos manter", lamenta V..
V. explica
Embora considere injusta, V. poderia ao menos compreender uma operação que se limitasse a destruir os instrumentos de extração do minério. Contudo, ele é taxativo ao apontar que "a ação policial não foi só no garimpo. Foi dentro da aldeia. E não existia garimpo dentro da aldeia. Por que atacaram a aldeia, então?"
É certo, então, que esta ação belicosa ofensiva não se explica por si só, levando em conta o acordo citado acima e o contraponto da narrativa dos indígenas à versão da Polícia Federal – ou seja, a retificação de que não houvera "emboscada" alguma dos indígenas contra a operação, conforme declarou a PF em nota pública (leia), justificando publicamente o uso da violência e culpabilizando os indígenas pelo ocorrido. Por que, então, mataram aquele Munduruku? Por que invadiram e aterrorizaram de maneira brutal e desastrosa toda uma aldeia?
V. tem uma explicação. "Nós já dissemos [à Funai e ao governo] que não permitimos estudos de impacto ambiental  na nossa terra para hidrelétricas. A operação da Polícia Federal tem ligação com a nossa resistência à construção das barragens. Eles querem fragilizar as comunidades pra ficar mais fácil de construí-las. Mas nós nunca vamos aceitar trocar nossas terras por migalhas. O que eles fizeram só fortalece a nossa luta", diz.
I. W. concorda com V.. "Eles acham que, tirando o garimpo, ficamos sem dinheiro, e vamos ter que aceitar a barragem. Só que nós estamos firmes de não aceitar  barragem na nossa terra". Funcionários do órgão indigenista oficial que não podem se identificar concordam que a perseguição se dá por conta da total contrariedade dos Munduruku a empreendimentos hidrelétricos e hidroviários, e afirmam ser a aldeia Teles Pires o principal foco dessa resistência.
Os Munduruku se opõem frontalmente à construção de dois complexos de barragens do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. São os Complexos Hidrelétricos Tapajós e Teles Pires, conjunto de treze hidrelétricas previstas para a região.
Parte delas está sendo licenciada pelo órgão federal responsável, o Ibama; parte pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Mato Grosso. O complexo Tapajós está todo inventariado, mas apenas duas das sete usinas com processo de licenciamento abertos, em fase de estudos. No último dia 21, a Justiça Federal em Santarém proibiu a concessão de licença ambiental para uma delas, a pedido do MPF-PA, enquanto não forem realizadas consulta prévia aos índios afetados e avaliação ambiental integrada de todas as usinas planeadas para a bacia do rio Tapajós no Pará. 
Para viabilizar os licenciamentos das barragens do Tapajós -  e o início da operação das usonas Santo Antônio e Girau, no rio Madeira (RO) -, a presidenta Dilma Rousseff publicou, em janeiro, uma medida provisória (MPV) que reduzia sete unidades de conservação em áreas atingidas pelos empreendimentos. a MPV foi convertida em lei em junho, dois dias depois da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável na Rio +20. Tanto a medida quanto a lei foram contestadas pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no Supremo Tribunal Federal.
Indígenas vão a Brasília denunciar ataques da PF
O Ministério da Justiça promete investigar se houve excessos na ação policial.
Foto: Arquivo pessoal
Quase duas semanas depois dos acontecimentos e sem nenhuma resposta, uma comissão de uma dúzia de Munduruku, Kayabi e Apiaká – entre eles, quatro testemunhas do ataque – veio a Brasília na última semana. Queriam reforçar as denúcias das violações diretamente ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso; à presidenta da Funai, Marta Azevedo; à Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; e exigir a apuração e a punição dos responsáveis, bem como traçar, por intermédio destas instituições, uma ação emergencial de reparação aos danos causados.
O grupo não foi recebido por nenhum deles.
Um grupo de assessores foi ter com a comissão. Durante o encontro, os indígenas narraram os acontecimentos, a partir do testemunho das vítimas e dos relatos das comunidades.
Ao que o secretário de articulação social da Secretaria Geral da Presidência, Paulo Maldos, respondeu: "Houve esse problema, vocês estão aqui trazendo informações pra gente, e a gente respeita, vai levar em consideração. Se houve problema de conduta errada, vai ser apurado."
Os indígenas questionaram quem realmente havia autorizado a PF a realizar aquela ação. Um assessor do Ministério da Justiça, Marcelo Veiga, disse não saber a qual processo judicial se vincula a Operação Eldorado, mas afirmou aos indígenas que eles estavam executando uma decisão da Justiça Federal.
"A gente não está jogando pra cima da Justiça Federal a responsabilidade. Há uma determinaçao da Justiça pra que aquela operação fosse realizada. Ninguém está fazendo jogo de cena aqui", disse Marcelo. "Não tem que ficar dúvida de vocês que a atuação e a parceria da Força Nacional e da Polícia Federal com a Funai [e os indígenas] é de muito sucesso. Esse foi um caso episódico, que pode ter havido abuso ou não. [Porque] A PF dialogou anteriormente com as lideranças indígenas [das aldeias atacadas durante a Operação]. A gente vai ter que apurar".
Funai
Expuseram detalhadamente que, sem os barcos, com o rio contaminado, sem os instrumentos de caça e pesca e sem a renda gerada a partir dos garimpos, os indígenas estão numa situação de urgência extrema.
"A Funai está atrasada com suas ações de promoção naquela região", argumentoua diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Maria Augusta Boulitreau Assirati. "E não dá pra fazer, esse ano, nenhuma ação concreta. Vou ser sincera com vocês. [Mas] cesta básica a Funai jamais vai se negar [a distribuir], se for constatada necessidade".
"Nós sabemos que o governo tem voltado um olhar pra toda a região ali do Tapajós e do Teles Pires", disse Maria Augusta. "Vocês nos disseram aqui diversas vezes que o governo diz que os índios são um empecilho ao desenvolvimento. Desenvolvimento nao pode ser incompatível com a vida e com as formas tradicionais de vida dos indígenas", explicou. "Como os empreendimentos hidrelétricos. Tem que ouvir o que as comunidades pensam. Da mesma forma que vocês tem que ouvir a visão do governo. Por que o governo acha importante fazer uma hidrelétrica? Por que o governo acha importante fazer uma barragem? O processo de licenciamento acontece nesse sentido e para isso. Que vantagens traz [um empreedimento], que desvantagens traz?"
Os indígenas perguntaram a eles quem era Paulão. Não souberam responder.
A reportagem não teve acesso à relação detalhada de todos os participantes da operação, sejam eles da PF, da FN, da Funai, do Ibama ou de outros órgãos que tenham participado da ação.
As fotos e vídeos utilizados na matéria foram registrados por indígenas Munduruku e Kayabi.

Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/11236

segunda-feira, 22 de outubro de 2012


Liderancas indigenas Munduruku do Medio Tapajos e o Movimento dos Atingidos por Barragens-MAB estiveram nos dias 20 a 21/12 na Comunidade Pimental, municipio de Itaituba participando de uma Oficina sobre Direitos Humanos e Desenvolvimento no Oeste do Para . Em foco os empreendimentos com relacao o Complexo do Tapajos, onde podera atingir de forma direta a Comunidade de Pimental e as aldeia do Povo Munduruku qe fica proximo da localidade em questao. Em pauta foi falado sobre os impactos e os Licenciamento Ambiental e os meios qe podem ser tomado para conter essas megas projetos que o governo qer construir a qualquer custo!!!


NO TAPAJOS, OS AMEACADOS SAO OS INDIGENAS, RIBEIRINHOS, PESCADORES, POPULACAO URBANA E DE MODO GERAL O CONJUNTO DA POPULACAO DESTA REGIAO. ESTE MODELO ENERGETICO VAO SERVIR PARA ENRIQUECER AINDA MAIS OS GRANDES GRUPOS DE INDUSTRIAIS, NA MAIORIA ESTRANQGEIROS. ALEM DISSO, PODEMOS DIZER QUE A SOCIEDADE BRASILEIRA E ATINGIDA DIRETAMENTE PELA BARRAGEM OU INDIRETAMENTE PELO PRECO ABSURDO DA ENERGIA, QUE E UMA DAS MAIS CARAS DO MUNDO!!!

RIOS PARA VIDA E NAO PARA A MORTE!!!


segunda-feira, 27 de agosto de 2012


Lideranças Indígenas do Povo Munduruku participam do Encontro sobre Dialogos para um Plano Indígena de Enfretamento às Mudancas Climaticas.


Este encontro foi realizado nos dias 22 a 24/08/12 na Vila de Alter do Chao - Santarem/Pa.


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Reuniao com as Liderancas Indigenas Munduruku do Medio tapajos - Itaituba/PA, Aldeia Praia do Mangue.

Itaituba/Pa 07/08/12
Terminado agora pouco reuniao com lideranca indigenas MUNDURUKU do Medio Tapajos, onde foi tratados assuntos sobre a Assembleia do Povo Munduruku que sera realizado nos dias 28, 29 e 30 de Agosto 2012 na Aldeia Praia do Mangue - Itaituba/PA. Tema principal: Gestao Ambiental das Terras Indigenas Frente a Projetos de Infraestruturas na Regiao.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O pesado custo ambiental de Tapajos

Quarta-feira, 25 de julho de 2012
| Ano 13 | Número 3057 | R$ 4,00
Eto
Jornal Valor Econômico - CAD A - BRASIL - 25/7/2012
André Borges
De Itaituba e Trairão (PA)
A determinação do governo de construir
a última grande hidrelétrica do
país poderá impor um custo ambiental
sem precedentes. A usina de São Luiz
do Tapajós, que teria potência de 6.133
MW, menor que Belo Monte (Rio Xingu),
exigirá construção de uma muralha
de 3.483 metros de comprimento e
39 metros de altura no coração da
Amazônia. E seria erguida em uma das
áreas mais protegidas da região: o Parque
Nacional da Amazônia, no imenso
complexo da bacia do Tapajós, o maior
mosaico de biodiversidade do planeta.
O que está em jogo é a inundação de
uma área de 1.368 km quadrados de
floresta. Com a usina de São Luiz — e
também Jatobá, segunda planejada para
o rio — , o Brasil adicionaria 8.471
MW à sua matriz energética. Em Belo
Monte, onde o lago é de 516 km quadrados,
a potência atingirá 11 mil MW.
Durante uma semana, o
Valor percorreu
toda a região por estradas e pelo rio
Tapajós, ouvindo especialistas ambientais,
técnicos, lideranças do governo, ribeirinhos,
índios, garimpeiros e a população
dos municípios atingidos. A construção
de São Luiz e Jatobá ainda não é fato
consumado. Os projetos estão em fase
de levantamento para elaboração do relatório
de impacto ambiental, mas as polêmicas
em torno deles já atingem um estágio
crítico e dão uma ideia da dificuldade
que o governo enfrentará para levar
adiante o plano.
Página A12

quinta-feira, 5 de julho de 2012

MPF confirma ameaça a índios na região da Teles Pires

 P
fonte: Diário do Grande ABC e mais
Munduruku
Munduruku e mais
Os indígenas Kayabi, Apiaka e Munduruku têm sido ameaçados, depois de a Justiça Federal determinar a paralisação das obras da hidrelétrica de Teles Pires I, na região de Alta Floresta (812 km de Cuiabá). As etnias vivem na área de impacto da usina e sofrem “ameaças constantes”, disse a advogada indigenista, Jamilye Salles.
No final de semana, as tribos foram agredidas verbalmente por trabalhadores da obra e tiveram os motores de seus barcos roubados. “Além do perigo futuro, eles estão recebendo ameaças agora em sua integralidade física”, observou Salles, acrescentando que “é preciso garantir os direitos desses povos”.
O Ministério Público Federal (MPF) de Mato Grosso confirmou que tem instruído os indígenas a não circular sozinhos na cidade e a evitar confrontos. “A maioria deles já voltou para as aldeias, mas ainda assim estamos pedindo que tenham cuidado”, declarou a procuradora Jacira Monteiro de Assis Bulhões.
Assim que foi notificada da liminar, a Companhia Hidrelétrica Teles Pires (CHTP), que detém a concessão do empreendimento, divulgou uma nota citando que “a decisão judicial colocaria em risco o emprego de aproximadamente 2.300 trabalhadores, a suspensão de outros contratos com fornecedores de bens e serviços, além da interrupção de programas ambientais e sociais integrantes do Programa Básico Ambiental – PBA”.
No sábado, 31, os indígenas divulgaram três documentos, assinados por 58 lideranças das três etnias. O primeiro é direcionado à CHTP, cobrando a retratação da nota publicada na última semana. O outro, uma “Manifestação Pública dos Povos Indígenas Kayabi, Apiaka e Munduruku”, relata que jamais foram consultados sobre os empreendimentos e que não aceitam o PAB, por representar negociações com uma obra que viola todos os direitos destes povos. O terceiro é uma “Nota de Apoio” à liminar concedida pela Justiça Federal.

Justificativa do MPF
Para o MPF, além de equivocada, a nota da CHTP inverte a lógica dos impactos do empreendimento. “Nem sabemos se o número de trabalhadores da obra é o alegado, mas a questão é que a usina, se construída, vai destruir um local – as corredeiras de Sete Quedas de Teles Pires – que, além de ser uma área sagrada dos Kayabi, é o nascedouro dos peixes que alimentam a população indígena. Serão 15 mil pessoas que perderão sua fonte de alimento e sobrevivência”, explica o procurador do MPF no Pará, Felício Pontes Jr.
Na decisão, a juíza federal de Mato Grosso, Célia Regina Ody Bernardes, declara que a Licença de Instalação nº 818/2011 não atendeu à normativa constitucional e convencional quanto às sensíveis questões envolvidas no complexo licenciamento ambiental da UHE Teles Pires. Segundo ela, o Ibama emitiu a licença sem antes ouvir os povos indígenas afetados. A assessoria da CHTP não se pronunciou sobre as supostas ameaças.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

II SICASA 28/06/2012
II Seminario Internacional de Ciencias do Ambiente e Sustentabilidade na Amazonia. Manaus/AM.
Alunos do CENTRO AMAZONICO DE FORMACAO INDIGENA - CAFI/COIAB estiveram oportunidade de participar deste Seminario onde tiveram direito de voz e propor argumentos voltado para a sustentabilidade de acordo com a visao dos povos indígenas e com o entendimento de jovens liderancas em busca de mais conhecimento, dando opniao aos pesquisadores que ali estiveram esboçando os seus conceitos atraves de pesquisas cientificas.
Um momento de grande importancia por que os pesquisadores ficaram muito felizes em saber que essa nova geraçao de jovens liderancas indigenas estao seguindo e vendo perto a realidade sobre o desenvolvimento sustentavel , economia verde, enfim, sobre tudo que afetando os territorios atraves dessa nova visao politica de economia sustentavel!
Esses sao alunos, da esquerda pra direita:
Natal Xavante/MT, Madicai Bakairi/MT, Francy Baniwa/AM, Quimoi Kanoé/RO, Marcos Macuxi/RR, Jodailson Dessana/AM, Karo Munduruku/PA, Luciano Cinta Larga/RO, Wallace Apurina/AM e Delson Gaviao/ RO.

8h30 – 10h00
Mesa-redonda (3)
Serviços ecossistêmicos e Populações tradicionais.
Wilson Cabral Sousa Júnior (ITA) (Coord.)
- John Bernhard Kleba (ITA)
- Leonardo Hasenclever (IEB)


Tema: “Serviços ecossistêmicos e sustentabilidade no contexto da Economia Verde”
Período do Seminário 25 a 28 de JunNn de 2012

segunda-feira, 25 de junho de 2012

A Cúpula termina, mas as lutas continuam

A Cúpula dos Povos levou 80 mil pessoas à Marcha dos Povos e mobilizou diariamente 30 mil pessoas: sucesso
A terceira e última Assembleia dos Povos, realizada nesta sexta-feira (22), marcou o fim da Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental. Na Assembleia, representantes de entidades e movimentos elaboraram e apresentaram planos de campanhas e ações para as organizações nos próximos anos. O fim da Cúpula dos Povos não significa o fim do processo de construção de um novo paradigma, que continuará entre as redes e organizações que participaram do evento. Entre as mais variadas campanhas e ações programadas para os próximos anos, a luta contra a ‘economia verde’ perpassa todos os temas.
Foram programadas campanhas relacionadas a cada uma dascinco plenárias realizadas ao longo da Cúpula. Sobre a Plenária 1, que trata de direitos, foram agendadas campanhas anti-militarização; por igualdade de gênero dentro das organizações; por liberalização das drogas; contra a criminalização da juventude; por solidariedade com Cuba e Haiti; contra a privatização das sementes.
As ações referentes à defesa dos bens comuns e contra a mercantilização (Plenária 2) envolvem a campanha pela reforma agrária; pela comunicação como bem comum e pela liberdade de expressão. Já a Plenária 3 (soberania alimentar) elaborou, por exemplo, campanhas pela produção e consumo de alimentos sustentáveis, contra o uso de agrotóxicos e de transgênicos, pela produção de sementes crioulas.
Em relação à energia e indústrias extrativas (Plenária 4), a Cúpula dos Povos programou campanhas contra o abuso das corporações transnacionais, e pela denúncia de empresas causadores de degradação ambiental e de violação de direitos. A quinta e última Plenária, que trata de trabalho e economia, construiu campanhas contra o capitalismo e formas de exploração do trabalho, pelos direitos dos trabalhadores e pela reforma do sistema político brasileiros.
A Cúpula é a verdadeira Rio+20
“A Cúpula dos Povos realizou o que propôs: ser um contraponto à Rio+20 oficial”, resumiu Darci Frigo, membro do Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20, em coletiva de imprensa realizada após a Assembleia. “Nós nos recusamos a estabelecer um diálogo com a ONU porque sabíamos que a negociação do documento final não avançaria”, explicou.
Segundo Frigo, essa percepção foi confirmada quando Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, afirmou durante uma reunião com representantes da Cúpula que o documento elaborado na Rio+20 oficial era o primeiro passo rumo ao desenvolvimento sustentável. “Se esse é o primeiro passo, significa que os 20 anos anteriores, iniciados com a Eco 92, foram perdidos!”, exclamou Frigo.
As críticas da Cúpula dos Povos ao processo da Rio+20 incluem a captura da ONU por corporações multinacionais; o rebaixamento dos direitos nos textos discutidos durante a conferência e, claro, a ‘economia verde’. Como uma das questões mais marcantes da oposição entre a Cúpula dos Povos e a conferência das Nações Unidas, a ‘economia verde’ é, para Frigo, a única solução levada em conta pela ONU. “Ban Ki-moon ficou surpreso quando dissemos que éramos contra a ‘economia verde’”, contou. “A ONU aposta na economia verde como solução única para o sistema financeiro, e não para a crise global.”
Se a Rio+20 oficial foi um fracasso, a Cúpula dos Povos – que levou 80 mil pessoas ao Centro do Rio de Janeiro na Marcha dos Povos – foi um sucesso.

quarta-feira, 6 de junho de 2012



Objetivo Geral
Fortalecer organizações indígenas locais e regionais, em toda a Amazônia, na
promoção da autonomia e sustentabilidade de suas comunidades e territórios, através da
formação de quadros técnicos próprios, qualificados e engajados no Movimento
Indígena, visando a boa qualidade de vida nos aspectos cultural, econômico e social,
com qualificada gestão territorial através das próprias comunidades, fazendo do CAFI
um centro de referencia para as populações indígenas da Amazônia.
Nos últimos dois anos, 2004 e 2005, a COIAB tem realizado um longo processo
de avaliação visando a sua reestruturação, entendendo que mesmo com a sua história de
avanços e conquistas, é necessário repensar e reprogramar suas metas e ações, uma vez
que, com maior visibilidade e responsabilidade no cenário nacional, as demandas e
expectativas das suas bases são ainda maiores e requerem novos posicionamentos e
maior profissionalismo nas ações.

O Centro Amazônico de Formação Indígena (CAFI) é a concretização desses
anseios na medida em que propõe um ensino com um legítimo perfil do Movimento
Indígena, direcionando seus esforços para suprir a necessidade de técnicos indígenas em
etnogestão territorial, nos aspectos políticos, técnicos e gerenciais.

 




O CAFI pretende atingir diretamente todas as comunidades indígenas da Bacia
Amazônia, dentro e fora do Brasil, através das organizações indígenas direta ou
indiretamente relacionadas ao Movimento Indígena e a COIAB.
O CAFI possui uma sede própria na zona urbana da cidade de Manaus, AM,
Brasil. Todos os alunos deverão estar morando nesta cidade e se dedicando inteiramente
aos estudos. O CAFI conta com toda infra-estrutura que requer um curso que busca
excelência de qualidade

Turma de 2012, em pé:  Marcos Macuxi, Luciano, Celino, Vilmar Xerente, Madicai Bakairi, Emerson Xavante, Francy Baniwa, Rubia Sateré, Jodailsno Dessana.
Agachado e sentado: Leonilson Javaé, Karo Munduruku, Quimoi, Delson Gaviao, Natal Xavante e Wallace Apurina.
Curso: Mudanças Climaticas e preparacao pra RIO+20, especificamente pra CUPULA DOS POVOS - ATL - ACAMPAMENTO TERRA LIVRE - 2012.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Dia 19 de abril - Aldeia Praia do Mangue - Itaituba/PA
Apesar dos problemas vividos pelos povos indígenas, encontramos momentos de confraternizacao. Homens, mulheres e criancas estiveram envolvido nessa brincadeira na nossa aldeia. As mulheres pintaram os homens, gincana entres as criancas, inclusive os funcionarios da FUNAI tambem foram pintados quando chegara na aldeia. Todos tem que participar!
 O dia passou, mas jamais calaremos nossa voz exigindo mais respeito a todos os gurreiros indigenas. Jamais desisteremos em busca de melhoria para nosso povo e futuras gerecoes.
 TODO DIA É DIA DE INDIO

terça-feira, 10 de abril de 2012

Reuniao de Instalacao do Comite Regional do Tapajos - PA, realizado nos dias 03, 04 e 05 de abril de 2012, no municipio de Itaituba-PA.


 Pauta:
- Discussao e votacao do Regimento Interno
- Eleicao do Nucleo Diretivo
- Posse dos membros (titulares e suplentes) do Comite

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Aldeia praia do mangue - Itaituba/Pa

DA MINHA ALDEIA vejo quando da terra se pode ver no Universo....
Por isso a minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...

Alberto Caeiro

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Aldeia praia do mangue - Itaituba/PA


Temas: ÍNDIO

Somos Iguais

Por que tanta zoada?
Pra que discriminação?
Se o índio foi o primeiro
A construir essa nação?

Se o índio é massacrado
É falta de formação
Porque foi ele o primeiro
A ocupar este torrão.

Aquela de “descobrimento”
Foi pra criar confusão
Mediante o sofrimento
Causando exterminação.


de Renilde Cavalcante Alves
João Pessoa - PB