quinta-feira, 26 de julho de 2012

O pesado custo ambiental de Tapajos

Quarta-feira, 25 de julho de 2012
| Ano 13 | Número 3057 | R$ 4,00
Eto
Jornal Valor Econômico - CAD A - BRASIL - 25/7/2012
André Borges
De Itaituba e Trairão (PA)
A determinação do governo de construir
a última grande hidrelétrica do
país poderá impor um custo ambiental
sem precedentes. A usina de São Luiz
do Tapajós, que teria potência de 6.133
MW, menor que Belo Monte (Rio Xingu),
exigirá construção de uma muralha
de 3.483 metros de comprimento e
39 metros de altura no coração da
Amazônia. E seria erguida em uma das
áreas mais protegidas da região: o Parque
Nacional da Amazônia, no imenso
complexo da bacia do Tapajós, o maior
mosaico de biodiversidade do planeta.
O que está em jogo é a inundação de
uma área de 1.368 km quadrados de
floresta. Com a usina de São Luiz — e
também Jatobá, segunda planejada para
o rio — , o Brasil adicionaria 8.471
MW à sua matriz energética. Em Belo
Monte, onde o lago é de 516 km quadrados,
a potência atingirá 11 mil MW.
Durante uma semana, o
Valor percorreu
toda a região por estradas e pelo rio
Tapajós, ouvindo especialistas ambientais,
técnicos, lideranças do governo, ribeirinhos,
índios, garimpeiros e a população
dos municípios atingidos. A construção
de São Luiz e Jatobá ainda não é fato
consumado. Os projetos estão em fase
de levantamento para elaboração do relatório
de impacto ambiental, mas as polêmicas
em torno deles já atingem um estágio
crítico e dão uma ideia da dificuldade
que o governo enfrentará para levar
adiante o plano.
Página A12

Nenhum comentário:

Postar um comentário